domingo, 31 de julho de 2011

Cérebro de James


Senhor James acordou em uma manhã cinzenta,abriu sua janela e viu os primeiros pingos caindo sobre as latas de lixo que esfumaçavam dias de calor presos em alumínio.A neblina começava a pairar sobre os becos semi iluminados.Um toque como sempre em seu vinil preto e saboroso começa a se encostar com a agulha da vitrola trazendo os brilhos de uma manhã gloriosa.

James pega seus cigarros amassados no bolso da calça e se senta em frente a janela, sua atenção se volta para o sax que entoa das caixas de áudio.A música corre por seus músculos sentindo a loucura que beira a sua janela secreta.
James era pintor em uma galeria pequena da cidade,pintava coisas como sonhos, natureza selvagem e até mesmo o caminhar de uma joaninha,ele gostava de sentar em cima dos prédios e sentir a brisa que só vinha do alto daquele inferno urbano,gostava de flores pois no momento elas causavam menos dor, do que um par de pernas torneadas exalando feromônios angelicais por de baixo do vestido.

A garrafa de uísque parece convidá-lo para um beijo estranho,com prazer em seus olhos de creme marrom, que predominam a mesa desarrumada por papéis de poesias passadas.Os militares passam pela rua estranha com seus uniformes ridículos e perdidos na hora do rush.
o vidro do quarto toma seu banho de chuva que veio junto com o vento do lado sul do parque central.Os minutos passam e James acende seu primeiro cigarro com a companhia do uísque que conseguiu encantá-lo na manhã cinzenta.A chuva começa a ter um tom mais grave como de Blues.

James colocou seu casaco de couro e suas botas antiquadas,e rumou as escadas.James passou por uma jovem que estava na porta do hotel toda molhada e com um cigarro em seus dedos.Ele atravessou a rua fugindo da chuva que já castigava a todos com sua força.Ao abrir a porta do bar todo molhado, pendurou seu casaco na cadeira,chamou a garçonete e pediu um café e uma vodka.

A garçonete era uma mulher de vinte e seis anos , mal humorada que logo veio e jogou o café e a vodca em cima da mesa ,quase virando tudo em cima de suas calças.James terminou seu "café da manhã" ,deixou o dinheiro amassado dentro do copo de vodka vestiu o casaco acendeu o cigarro e mostrou o dedo para a garçonete e saiu sorrindo soltando fumaça pelo canto da boca.

Ao voltar para seu apartamento James se pôs a deitar em seu sofá preto e rasgado olhando 
para o teto que tinha uma rachadura e que pingava lentamente.James se dirigiu a janela com o copo em suas mãos ,brincando de girar o gelo com a ponta dos dedos pensando em algo perturbador, sentou-se e escreveu seu fim.


sábado, 29 de janeiro de 2011

Peixes Navegantes




Pequenas gotas caem adormecidas na manhã cinzenta do lado sul,rosas presas em arames fechando a sorte e a luxuria,anjos com seus olhos de sementes esverdeadas dançam em uma roda de sonhos.Uma bala atinge a conferencia novamente no horário nobre,mais uma execução em doces lares.

As ruas geladas esfumaceiam vapores lançados pelos bueiros livres de cores,as luzes amareladas enfeitam os pássaros noturnos e sombrios.Em seu lado obscuro uma melodia do fim dos quarteirões em seu vulcão de erupções.

As árvores parecem necessitar dos ares celestiais e nuvens carregadas de flores,por milhas e milhas procurando a pétala da meia noite.A meia luz de um antigo bar,guitarras pedem a atenção do barman para um gole que a anos estava prezo dentro daquela garrafa de Uísque doze anos.

Na sacada rústica do bar “milenar” acendo um filtro de prazer e carbono para fugir a mente ao outro lado da noite.Cabelos estranhos parados em portas de carros,esperando novamente as lagrimas de uma noite fechada com traços de uma vela na escuridão.

Peixes estranhos navegam por calçadas imaginarias falando sobre fantasias encurraladas em garrafas voadoras.Profetas com copos escravos em seus punhos,elevando as estrelas seus pecados minuciosos dentro de uma bola de sorvete.Quebra-cabeças se encaixam em esquinas, com toques de piano e apenas o vento como uma drástica companhia,você é tudo que necessito em quadrinhos mentirosos,seus olhos sexy voaram direto para o “Inferno de Dante” .

O bar parece ter sumido daquela esquininha da rua 8,o copo de vidro foi deixado por descuido em minhas mãos,então sai caminhando rumo a porta que tinha sinais de uma luta da noite passada.Os passos batem no chão com um ritmo de Tango,calmo,mas com intensidade.

Câmeras de segurança filmam a privacidade contemplada pelo céu negro e fechado,os muros parecem de colocar em um corredor da morte programado por ruas pintadas e pontos de ônibus,as flores ficam aprisionadas dentro de quintais montados com pisos e azulejos.

Andando em um “labirinto” de pecados, as harpas entoam os toques do fim dos tempos,os anjos se sentam em cima dos postes do “Coliseu de fantoches” cantando o som dos pássaros mortos pela pólvora da insanidade.